sexta-feira, outubro 22, 2010

“As mulheres africanas tecem a vida”


Na África varrida pelas guerras, as mulheres sofrem as penas dos pais, dos irmãos, dos maridos, dos filhos destinados ao massacre e sabem, ainda, acolher os pequenos que ficam órfãos.
“As mulheres africanas tecem a vida”, escreve a poetisa Elisa Kidané da Eritréia.
Sem o hoje das mulheres, não haveria nenhum amanhã para a África.

Em virtude de toda essa luta e para reconhecer o papel de todas elas é que surgiu a proposta de lançar uma Campanha Internacional para dar o Prêmio Nobel da Paz de 2011, a todas as mulheres africanas. Trata-se de uma proposta diferente, já que esta não é uma campanha para atribuir o Nobel a uma pessoa singular ou a uma associação, mas sim, um Prêmio Coletivo, a todas essas guerreiras.

(Aqui)

terça-feira, outubro 12, 2010

Dia das Crianças


Escolhi este poema da minha poeta preferida, Cecília Meireles, numa homenagem a todas as crianças do mundo e a sua extraordinária capacidade de sonhar, independente da realidade em que vivem...


A Bailarina
Cecília Meireles


Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para lá e para cá.

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

(Do livro Ou Isto ou Aquilo. pp. 24)

UM POETA E UM POEMA (9)

Vera Duarte nasceu em Mindelo, Ilha de São Vicente, Cabo Verde, em 1952. É juíza desembargadora e foi ministra da Educação. Dentre os prêmios literários, destacam-se Tchicaya U Tam'si de Poesia Africana 2001 e o SONANGOL 2003 pelo romance "A Candidata". Publicou em poesia "Amanhã Amadrugada" e "O Arquipélago da Paixão", entre outros artigos e ensaios.

(Informações tiradas daqui.)
(Foto daqui.)



Momento VI
(desabafo)

Vai e grita pelas achadas imensas
que a vida se conquista
contra a violência e a morte.

Diz
do amor que brota das areias
do mar solitrário
do abraço fecundo que nasce
dos confins de nossos seres.

Diz tudo
mas não digas que te amei
-- e amo --
pois chega-me a morte pela recusa.
Não quero morrer duas vezes!

(In, Poesia Africana de Língua Portuguesa: antologia. I Dáskalos, Maria Alexandre. II Apa, Livia. III Barbeitos, Arlindo. - Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 2003. pp. 167) 

domingo, outubro 10, 2010

Pense nisto...

"A loucura é vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente. O anel que tu me deste era de vidro e se quebrou e o amor não acabou, mas em lugar de, o ódio dos que amam."

Clarice Lispector



(In, "Tempestade de Almas", do livro Onde Estivestes de Noite. Ed. Rocco, 1999, pp. 91)

quarta-feira, outubro 06, 2010

FLIPORTO 2010


foto daqui


O COMEÇO

Há dois pontinhos
pulsando
dentro de mim
Grávida
a vida convida
Juliana e Clara

(VB)

Esse poema fará parte de uma coletânea dos cem melhores poemas escolhidos neste concurso.