quarta-feira, março 16, 2011

ENCONTRO




Um encontro 
Um olhar 
Um sonho 
E o medo 
            de amar
 
Um passeio 
Um gesto 
Um anseio
Um afeto 
E o desejo 
            de amar 
 
Um estrangeiro 
Um sim 
Um presente
Um homem inteiro
Enfim
            para amar 
             
Um pedido
Uma esperança 
Um só destino 
Uma aliança
Uma corrente 
E o compromisso 
                        de amar

Uma lua-de-mel 
O mar
Um limite 
O céu 
Um anel 
O altar

O sentimento 
O infinito 
O olhar atento
O ninho 
E o casamento 
                        pleno

(VB) 

terça-feira, março 15, 2011

SONETINHO PARA CLARA E JULIANA

 

Tema de poema, ter ou não filhos,
É uma questão pra lá de enjoadinha.
Tal como um trem sem os devidos trilhos,
Impossível a vida sem Clarinha.

Viveria vida vã; sem rastilhos,
Se não fosse minha Julianinha
A dar tanto encantamento e rebrilhos,
Tal como Sininho, à vida minha.

Ter ou não ter filhos? Eis a questão...
Foi quando um anjo torto disse assim:
Que de uma assistida inseminação,

Clara e Juliana viriam, enfim.
O milagre da vida se fez então!
Sempre soube o danado querubim.
 (VB)

quinta-feira, março 03, 2011

À TODAS AS MULHERES DO MUNDO: FELIZ DIA 08 DE MARÇO!

 
Flores da Praça da Liberdade, BH

MARIA

E agora, Maria?
Você que hoje em dia
Faz seu próprio destino
E entre atinos e desatinos
É você quem decide se procria

Você que não dá conta
De ser apenas uma
Você que se desdobra
Em suas várias Marias
Você que é mulher
É mãe e é filha
Você que é amiga
Que é companheira
Você que é vadia
Que é submissa
Você que é guerreira
Da noite e do dia.
E agora, Maria?

Você que faz suas preces
Coração em agonia
Roga à Nossa Senhora
Voltem sãos e salvos
Seus filhos
Da batalha do dia-a-dia
Da labuta no asfalto
Onde vendem suas balas
Defendem algum trocado.

Você que se arma de coragem
No prazer ou na dor
Que vive na eterna batalha
De provar o seu valor
Você que dá à luz
Neste mundo de trevas
Que é dona do seu corpo
Mas é jogada às pedras
Ao mínimo gozo.
E agora, Maria?

Você que é da vida
Você que é dádiva
Você que é dama
Você que é fálica
Você que é do povo
Você que é do mundo
Que é de programa
Você que não faz drama
Você que não é nada.

Você que perpetua a espécie
Tem seus direitos restringidos
Você que tem sede de justiça
E mais do que isso:
Enfrenta quem lhe discrimina
Você que não se rende
Às diferenças de gênero
Você que é a própria Vênus
Que é beleza, amor, aconchego
Que supera a miséria do mundo
Você que dá o peito
Que alivia da fome
Você que tem nome
Você que é Maria

(VB)

Inspirado no poema “José”, de Carlos Drummond de Andrade